Análise da formação óssea de uma criatura de 4,4 milhões de anos gera controvérsias entre pesquisadores Macaca ou humana? O fóssil da pequena Ardi, uma criatura 1,2 metro e 50 kg, que viveu há 4,4 milhões de anos, despertou um furioso debate agora que um artigo na da Nature colocou mais dúvidas sobre ela ser de fato um ancestral humano.
Batizada com o nome científico Ardipithecus ramidus, sua descrição detalhada na Science em 2009 foi considerada a descoberta do ano. O fóssil foi declarado o mais espetacular achado paleontológico desde a escavação de Lucy, em 1974, com 3,2 milhões de anos.
Os paleontólogos sempre especularam sobre como seria a forma do ancestral comum, se seria algo intermediário entre o humano e os grandes macacos africanos. "Nós vimos o ancestral, e não é um chimpanzé", declarou Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que chefiou os estudos.
Ardi é o grande achado de White e colegas. Por isso, é compreensível que não gostem da ideia de que ela seja apenas uma macaca velha. "Ardipithecus ramidus é apenas 200 mil anos mais velho que oAustralopithecus anamensis. Mesmo com a melhor boa vontade do mundo eu não consigo ver o Ardipithecus ramidus evoluindo para oAu. anamensis", disse à Folha um dos autores do artigo da Nature, Bernard Wood, da Universidade George Washington.
O outro autor do mesmo trabalho é Terry Harrison, da Universidade Nova York. "Não há absolutamente nada de novo nesse artigo", reagiu White, em declaração à Folha sobre o artigo de Wood e Harrison, que criticam a humanidade de Ardi. O principal argumento da dupla é que White e colegas não teriam considerado a hipótese de "convergência evolutiva", isto é, o mesmo traço anatômico - a forma de um osso, por exemplo - surgir em espécies que não são diretamente relacionadas.
A ancestralidade humana de Ardi já tinha sido criticada em 2010 na própria Science por Esteban Sarmiento, primatologista da Fundação Evolução Humana, em Nova Jersey. Para ele, o Ardipithecus é um quadrúpede palmígrado, que se apóia nas plantas das quatro patas, e não um bípede, como dito por White.
Sarmiento não gostou nem da réplica de White e colegas publicada na mesma Science, nem do novo artigo de Wood e Harrison. "Para ser capaz de decidir sobre as relações ancestral-descendente entre macacos vivos e fósseis, nós precisamos olhar para traços suficientemente complexos de modo a deixarem um registro de convergência na anatomia", declarou Sarmiento.
Segundo ele, a dupla, com base nos mesmos traços anatômicos, aceita que o Australopithecus seja da linhagem humana, mas não que o Ardipithecus seja. (Folha de São Paulo) |
Conheça as mulheres que ofereciam prazeres amorosos e intelectuais a homens OTÁVIO URBINATTI PUBLICADO EM 12/06/2019, ÀS 08H00 Crédito: Wikimedia Commons No centro do tribunal, uma das mais belas mulheres da Grécia Antiga estava entre a vida e a morte. Os conselheiros do Areópago, o tribunal ateniense, tinham em mãos o destino de uma semideusa acusada de impunidade, o que era motivo de traição para os moradores da cidade-estado. Por sorte, Hipérides, um dos mais renomados oradores na Ágora (onde se realizavam as assembleias e reuniões públicas), foi convidado para defender a ré com mais um de seus sublimes discursos. O júri, no entanto, parecia não estar convencido e pretendia mesmo assim tomar uma decisão contrária. Seria o fim de uma divindade? Um gesto desesperado do advogado levou a impiedosa para o centro, rasgou seu manto e expôs seus seios diante do plenário: a pele branca reluzida por todo o salão era um último apelo a tamanha beleza. A perfeição para os gregos era uma dádiva
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