Eloi S. Garcia é ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz, membro da Academia Brasileira de Ciência e pesquisador do Instituto Oswaldo e do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade de Tecnologia. Artigo publicado no Jornal do Brasil de 24 de fevereiro.
Não resta dúvida sobre o papel crucial que a ciência no desenvolvimento do novo modelo produtivo tem para o nosso País. O Estado e o setor privado têm um papel impulsor da ciência mediante um compromisso sério e de continuidade, que estão voltados para a nossa produção atual e futura. E é precisamente em tempo de crise que se deve permanecer ativo em relação à importância da ciência no desenvolvimento.
Necessitamos de uma ciência vibrante e vigorosa, sustentada por um financiamento suficiente, estável e dividido de forma equilibrada pelos grupos de pesquisa produtivos. Não podemos dizer aos brasileiros que a ciência é fundamental para sair da crise e colocar recursos financeiros insuficientes para desenvolvê-la. A ciência, junto com a tecnologia e inovação, não pode esperar por tempos melhores. Este momento é crucial para se dar um passo firme para investir nestas áreas. Temos que continuar plantando sementes para uma futura frutificação da ciência de que o País necessita.
Como entusiasta desta linha de pensamento não perco a confiança. Peço às autoridades que não permitam que, por falta de recursos e empregos, os cientistas formados na pós-graduação, com tanto sacrifício, emigrem para outros países por falta de oportunidades. Temos pesquisadores formados nos melhores cursos, a maioria entre 30 e 45 anos. Vários possuem treinamento no exterior, e outros querem vir do exterior para reincorporar-se no sistema científico nacional.
Nos tempos atuais é necessidade absoluta não perdermos os investimentos que temos feito na educação para a produtividade e responsabilidade. Isto irá sensibilizar a população e transformar uma cultura que tão pouco desenvolveu a pesquisa durante séculos. Falamos da educação para o conhecimento e produção como valor de mudança nos mercados. A ciência é imprescindível para que o País possa ser competitivo. Devemos investir na pesquisa que produz conhecimentos que a priori não são utilizáveis, mas que são a base de futuros desenvolvimentos.
A pesquisa deve ter a liberdade de pensamento de que necessitam a curiosidade e o desejo de aprofundar o conhecimento. Sem ela, não é possível mudar os limites do saber previamente estabelecido. Essa é a essência e a particularidade da ciência. Sem a pesquisa não teriam sido desenvolvidos tantos produtos que revolucionaram a humanidade. Não podemos interpretar de modo errado em como a pesquisa pode socorrer na mudança do modelo produtivo.
O foco maior da ciência nunca foi a criação de patentes que beneficiem o setor privado. É claro que este é um papel importante, mas não é o objetivo imediato. Para a inovação precisamos potenciar a pesquisa no setor privado. Inovar é criar pontes e destruir barreiras entre a ciência, inovação e setor produtivo. Inovar é fornecer um apoio sustentável à ciência que permita continuar a formação de novos cientistas e buscar cada vez mais o conhecimento, base para a inovação no setor produtivo.
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Conheça as mulheres que ofereciam prazeres amorosos e intelectuais a homens OTÁVIO URBINATTI PUBLICADO EM 12/06/2019, ÀS 08H00 Crédito: Wikimedia Commons No centro do tribunal, uma das mais belas mulheres da Grécia Antiga estava entre a vida e a morte. Os conselheiros do Areópago, o tribunal ateniense, tinham em mãos o destino de uma semideusa acusada de impunidade, o que era motivo de traição para os moradores da cidade-estado. Por sorte, Hipérides, um dos mais renomados oradores na Ágora (onde se realizavam as assembleias e reuniões públicas), foi convidado para defender a ré com mais um de seus sublimes discursos. O júri, no entanto, parecia não estar convencido e pretendia mesmo assim tomar uma decisão contrária. Seria o fim de uma divindade? Um gesto desesperado do advogado levou a impiedosa para o centro, rasgou seu manto e expôs seus seios diante do plenário: a pele branca reluzida por todo o salão era um último apelo a tamanha beleza. A perfeição para os gregos era uma dádiva
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