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Brasília: exército de universitários


Brasília: exército de universitários

O Distrito Federal tem pelo menos 160 mil alunos em cursos de graduação ou pós-graduação. Entre os jovens da capital, 23% entraram numa faculdade contra a média nacional, de 13% Erika Klingl escreve para o “Correio Braziliense”:Brasília é a capital dos universitários. Atualmente, pelo menos 160 mil jovens e adultos frequentam algum curso superior de graduação ou de pós-graduação no Distrito Federal. O levantamento, feito pelo Correio com base em dados no Ministério da Educação (MEC) e das próprias instituições de ensino, mostra que mais de 7% da população da capital busca hoje a qualificação nos bancos de faculdades. Não à toa, o DF está no topo das unidades da Federação com jovens frequentando a universidade.A explicação de especialistas aponta para a atração que Brasília exerce em estudantes de outros estados e para o alto poder aquisitivo da população. Cerca de 25% das 26 mil matrículas para o último vestibular da Universidade de Brasília (UnB) foram de pessoas de outros estados, sendo que Goiás e Minas Gerais são os campeões de inscritos. Além disso, o ensino superior do DF sofre a pressão do mercado, que estaria considerando a graduação insuficiente.Foi devido à preocupação com o futuro que o estudante da UnB Raoni Japiassu, de 24 anos, emendou a graduação no mestrado. Estudante de biologia na instituição federal, ele deixou o emprego para depois e se empenhou em conseguir o título de mestre em engenharia florestal. Durante os seis meses seguintes após conseguir o diploma da graduação, ele estudou para as provas de seleção da pós stricto sensu e foi aprovado de primeira. “Não sei se tomei a decisão certa, porque não tenho bolsa de estudos e me cobro por ainda depender dos meus pais”, afirma. “Mas, ao mesmo tempo, sei que o investimento na carreira é muito importante para me tornar um profissional com maior poder de colocação no mercado de trabalho”, acrescenta.Mercado de trabalhoO fato de a família de Raoni poder sustentá-lo enquanto ele estuda é uma das explicações para o exército de jovens que se capacita muito antes de entrar no mercado de trabalho. “Brasília ocupa uma posição privilegiada em matéria de ensino superior porque o poder aquisitivo é bem mais alto que em outras localidades do mesmo porte”, explica o presidente da consultoria Hoper Educacional, Ryon Braga. “Além disso, a média na taxa de escolaridade do ensino básico é alta, permitindo assim que muitos estudantes terminem o ensino médio e busquem a continuidade da qualificação”, completa.Dados do Censo do Ensino Superior de 2007, divulgado há quatro meses, confirmam o fenômeno na graduação. Na última década, o número de instituições de ensino superior cresceu 442%, de 14 faculdades para 76. O total de cursos seguiu uma proporção semelhante: 421%. E o de alunos triplicou, passando de 43 mil para 128 mil. No mesmo período, a população do DF cresceu apenas 27%.A expansão da graduação no DF começou entre os anos de 1997 e 1998, quando o então ministro da Educação, Paulo Renato, criou ferramentas para a regulamentação e criação de instituições de ensino superior privadas e só começou a dar sinais de saturação há dois anos.Para se ter uma ideia da importância desse crescimento para o ensino superior no DF é só avaliar as ofertas. De acordo com MEC, 109 mil vagas de graduação são de instituições pagas. Enquanto isso, a UnB atende a 26.157 estudantes, o equivalente a 19% do total.“Esse crescimento criou terreno para uma selvageria no mercado privado de educação superior. Surgiram inúmeras instituições que agora estão sendo compradas por grupos enormes que não se preocupam com a formação do estudante”, alerta o professor do Departamento de Educação da UnB Erasto Fortes. “Tem instituições sérias, mas tem caça-níqueis também. Os alunos devem tomar cuidado”, alerta.No topo do rankingOs brasilienses com idade entre 18 e 24 anos estão à frente dos jovens da mesma faixa etária e que moram em outras localidades. O Distrito Federal domina o ranking de escolaridade das unidades da Federação. Mais de 23% dos jovens do DF estavam fazendo faculdade em 2007, quando os dados do censo foram recolhidos pelo Ministério da Educação. O número é 10 pontos percentuais maior do que a média nacional, de 13,1%.É o caso de Natália Satnazioni. Com 23 anos, ela está em vias de se formar em português. Moradora da Casa dos Estudantes da Universidade de Brasília, Natália nem pensou em não fazer ensino superior. Os pais da jovem também se formaram na UnB, no início da década de 1980, e viveram no albergue da instituição. “Estou seguindo os passos deles”, observa. No que depender dela, Natália vai ainda mais longe. Tanto que, além da graduação, já faz planos para o mestrado. “Quero estudar a influência das línguas africanas no nosso português”, conta.Para se ter uma ideia do tamanho da vantagem dos jovens do DF, nenhum dos 26 estados conseguiu alcançar a marca de 20% de taxa de escolarização. O segundo colocado no ranking é Santa Catarina, com 18% de garotos e garotas no ensino superior. A projeção feita pelo MEC leva em conta o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000. (Correio Braziliense, 28/7)

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