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Brasil pode reduzir em 37% suas emissões poluentes sem prejudicar desenvolvimento

Crescimento limpo

Estudo do Banco Mundial (Bird) demonstra que o Brasil pode reduzir seus gases do efeito estufa em 37% até 2030 sem prejudicar o crescimento da economia. A redução proposta pelo Bird equivaleria à que seria alcançada com a retirada de circulação, por três anos, de todos os carros do planeta. O documento, intitulado "Cenário Nacional de Baixo Carbono", foi divulgado na quinta-feira (17/6). Mas isso tem um custo: R$ 44 bilhões a mais por ano em investimentos.

Os investimentos totais necessários para o corte das emissões de carbono nas próximas duas décadas, segundo o estudo, seriam de US$ 725 bilhões, duas vezes mais do que os US$ 334 bilhões previstos em investimentos para a mesma década, se nenhuma mudança de foco for promovida nas políticas públicas brasileiras.

Do valor calculado pelo Bird, US$ 334 bilhões seriam para energia, US$ 157 bilhões para mudanças no uso da terra e florestas (inclui, por exemplo, a restauração de florestas nativas), US$ 141 bilhões para transportes e US$ 84 bilhões para manejo de resíduos.

Apesar das altas cifras, o banco alerta que os gastos seriam bem menores do que o investimento necessário para reparar danos se nenhuma política pública for adotada para frear as emissões de carbono nas próximas décadas.

- A consolidação desse cenário de reduções de emissões é um grande desafio em termos de planejamento e financiamento. Contudo, a economia do Brasil seria afetada positivamente - avalia o diretor do Bird para o Brasil, Makhtar Diop.

- Os resultados indicam um impulso no crescimento do PIB anual e um crescimento no emprego. Não fazer nada seria bem mais custoso, tanto em termos de impactos nacionais quanto globais.

No Brasil, a devastação da cobertura vegetal ainda é a principal responsável pelas emissões de CO2 na atmosfera. Segundo o estudo, em 2008, o desmatamento respondeu por 40% das emissões brutas do país. "Quando a biomassa da floresta é destruída, principalmente através de queimadas e decomposição, o carbono é lançado na atmosfera", explica o texto.

Ainda segundo o documento, entre 1990 e 2005, o estoque de carbono do Brasil foi reduzido em 6 milhões de toneladas métricas, em grande parte como resultado do desmatamento.

O volume equivale a um ano de emissões globais, combinando-se todas as fontes

Desmatamento está caindo, diz estudo

A pesquisa reconhece o esforço brasileiro em reduzir o desmatamento e afirma que as taxas têm tido "queda acentuada" nos últimos anos. O Bird ressalta que a tarefa de restaurar as florestas é árdua e dispendiosa.

"Nos ecossistemas degradados, como áreas abandonadas de pastagem e de plantio, fica prejudicado o potencial de regeneração de espécies arbóreas", diz o texto. No entanto, para o banco, o trabalho valeria a pena: "o restauro da cobertura vegetal para as matas ciliares apenas de São Paulo poderia resultar na remoção de cerca de 400 toneladas métricas de carbono. Na Amazônia, o potencial é até superior".

Representantes do governo federal presentes ao evento elogiaram o estudo.

- Esse estudo veio num momento muito propício. O Ministério da Fazenda o recebe com bons olhos - disse Artur Lacerda, assessor da Secretaria de Assuntos Internacionais do ministério. - A gente espera que ele possa subsidiar novas políticas públicas e sirva de insumo para que o governo direcione sua economia.

Lacerda ponderou que a situação do Brasil é melhor do que a de outros países. Segundo o estudo, o Brasil tem seis vezes menos emissões de carbono per capita em relação a países desenvolvidos. E duas vezes menos do que outros países em desenvolvimento, como China e Índia.

- O estudo reconhece o resultado das políticas do governo que já estão em andamento - afirmou.
(Carolina Brígido)

(O Globo, 18/6)

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