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Folha continua sua jornada contra a TV Brasil



26/02/2012 |
Renata Mielli
Portal Vermelho
O jornal paulista que em editorial de 30 de julho de 2009 pediu o fechamento da TV Brasil continua afiando suas garras contra a emissora pública. Desta vez, a reportagem para lá de capciosa foi publicada nesta quinta-feira, 23, sob o título TV do governo quer ter jornalistas emtodos os continentes.
A Empresa Brasil de Comunicação emitiu nota de esclarecimento publicando na íntegra a entrevista feita, para mostrar que “existem informações no texto que não constam nas respostas da EBC. Por outro lado, algumas informações que foram dadas para esclarecer os fatos e não foram publicadas pelo veículo”.
A começar pelo título. A EBC em nenhum momento da entrevista afirma que planeja ter enviados em todos os continentes. Mesmo sendo uma aspiração legítima para qualquer projeto jornalístico que pretenda fazer uma cobertura independente do filtro das agências de notícias, a EBC respondeu na entrevista que “o plano de trabalho da EBC para 2012, aprovado pelo Conselho Curador da empresa, prevê a criação de novas bases de correspondentes no exterior assim que o orçamento permitir essa expansão”. Mais adiante afirma que “atualmente o orçamento da EBC não permite à empresa manter correspondentes em todos os continentes. Europa, América do Norte, Ásia e Oceania são cobertos com Agências de Notícias. A EBC mantém apenas o serviço de correspondente na África e América Latina onde os serviços das Agências de Notícias não costumam ter suficiente qualidade”.
A distorção da manchete fica mais bem compreendida ao se ler o restante da notícia, que procura desqualificar o projeto jornalístico da EBC, ao criticar, por exemplo, o custo de R$ 543,21 mil por ano para “manter um repórter para abastecer a TV, que tem audiência próxima a zero, e os demais veículos”.
Ao longo da notícia, a Folha se refere à EBC como estatal e ao conteúdo veiculado nas emissoras de rádio e TV como sendo – oficiais do governo.
O que motiva essa postura do jornal é o temor de ter, ainda que no longo prazo, um projeto jornalístico público no Brasil que não se paute pelas agências privadas, que não dependa de analistas e articulistas escolhidos a dedo para emitir uma opinião de acordo com a linha editorial de seus veículos.
Para que manter um correspondente na Argentina questiona a Folha? Ora, imagine o medo dos Frias, Mesquitas, Marinhos e companhia bela de que um veículo de comunicação possa mostrar um outro lado da notícia sobre o que se passa no país vizinho que não esteja impregnado pelo tom oposicionista que a mídia argentina e brasileira adotam contra o governo de Cristina Kirchner?
A notícia é para lá de tendenciosa, afinal, como já dito neste blog "criar um veículo de comunicação que não esteja ancorado nos valores e interesses do mercado e que poderia se constituir num contraponto ao que é veiculado nas emissoras comerciais seria abrir uma brecha no monopólio midiático que impera no país".

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